11 de jul. de 2013

Desvendando a História da Bíblia



O objetivo desse blog é promover um diálogo acerca das verdades bíblicas. Buscamos trazer a tona assuntos que possam ser entendidos e esclarecidos somente com o auxilio desse maravilhoso livro inspirado por Deus, porém, embora citemos centenas de passagens bíblicas, tenhamos escrito dezenas de postagens bíblicas, nós ainda não tínhamos postado um comentário sobre a própria bíblia. A Bíblia é o nosso manual de instrução, assim nós temos que conhece-la (por inteiro) para podermos conhecer a Deus e a nós mesmos.

Nós discorreremos em poucas palavras um pouco sobre a história bíblica, sua formação canônica, e sobre qual é a mensagem por ela trazida.

# A Bíblia – O inicio.

A palavra "bíblia" deriva do latim, que por ventura se origina da palavra grega biblia (livros), que atualmente são conhecidos como os livros que fazem parte do cânon reconhecido pela Igreja cristã. A Bíblia é também conhecida como "os escritos" ou "as Escrituras". No Novo Testamento o termos “as Escrituras” foi frequentemente usado para referenciar, no todo ou em parte, os documentos do Antigo Testamento. Isso fica explícito quando lemos Mateus 21:42 que diz: "Nunca lestes nas Escrituras?", Marcos 12:10, onde traz a expressão em sua forma singular: "Ainda não lestes esta Escritura?", E em 2 Timóteo 3:15, temos "as sagradas letras", e o versículo seguinte (ARA) diz: "Toda Escritura e inspirada por Deus". O texto de 2 Pedro 3:16 diz que "todas" as cartas de Paulo são incluídas junto com "as outras Escrituras", onde podemos concluir que sejam os escritos do Antigo Testamento juntamente com os evangelhos.

Não há pleno acordo entre as várias vertentes do cristianismo quanto aos livros que compõem a bíblia (Antigo e Novo Testamento). Algumas igrejas siríacas não incluem no Novo Testamento as cartas de 2 Pedro, 2 e 3 Joao, Judas e Apocalipse. Além dos livros que formam a Bíblia hebraica, as igrejas romanas e gregas inserem vários outros livros ao Antigo Testamento. Outras igrejas Reformistas não conferem nenhum status canônico a esses livros acrescidos. Nas igrejas romanas, gregas e outras igualmente antigas, a Bíblia, junto com a tradição viva da Igreja, constituem a autoridade máxima. Por outro lado, nas igrejas Reformistas, somente a Bíblia é a única base para apelação em assuntos doutrinários e práticos.

# As Divisões da Bíblia – O Antigo e Novo Testamento

A palavra "testamento", nas designações "Antigo Testamento" e "Novo Testamento", para as duas divisões da Bíblia, remonta através do latim testamentum ao termo grego diathéke, o qual na maioria de suas ocorrências na Bíblia grega significa "pacto" em vez de "testamento". Em Jeremias 31:31, foi profetizado um novo pacto que iria substituir aquele que Deus fez com Israel no deserto (cf. Êxodo 24:7,8). "Dizendo novo pacto, envelheceu o primeiro" (Hebreus 8:13). Os escritores do Novo Testamento veem o cumprimento da profecia do novo pacto na nova ordem inaugurada pela obra de Cristo. Suas próprias palavras ao instituir esse acordo (1 Coríntios 11:25) dão autoridade a esta interpretação. Portanto, os livros do Antigo Testamento são assim chamados por causa de sua estreita associação com a historia do "antigo pacto". E os livros do Novo Testamento são desse modo designados por se tratarem dos documentos referentes ao estabelecimento do "novo pacto". Uma semelhança ao nosso uso comum do termo "Antigo Testamento" encontra-se em 2 Coríntios 3:14: "Na lição do Velho Testamento", embora Paulo provavelmente queira aludir a lei, a base do antigo pacto, em vez de todo o volume da Escritura hebraica. Os termos "Antigo e Novo Testamento", usados para indicar as duas coleções de livros, entraram no uso dos cristãos na ultima parte do segundo século.

# O Antigo Testamento ou Escrituras Hebraicas

Na Bíblia hebraica, os livros estão dispostos em três divisões: a Lei, os Profetas e os Escritos. A Lei abrange o Pentateuco, os cinco "livros de Moises". Os Profetas desdobram- se em duas subdivisões: os "Primeiros Profetas", compreendendo Josué, Juízes, Samuel e Reis; e os "Últimos Profetas", abarcando Isaias, Jeremias, Ezequiel e "O Livro dos Doze Profetas". Os Escritos contem o restante dos livros: Salmos, Provérbios e Jó; depois, os cinco "Rolos", a saber, Cantares de Salomão, Rute, Lamentações de Jeremias, Eclesiastes e Ester; e, finalmente, Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas. O total e tradicionalmente computado em 24 livros, porém esses 24 livros correspondem exatamente aos 39 livros atuais, pois na nossas bíblias os Profetas Menores são contados como 12 livros independentes, e Samuel, Reis, Crônicas e Esdras-Neemias, como dois livros cada. Na Antiguidade, havia outras maneiras de contar os mesmos 24 livros. Em uma dessas maneiras (atestada por Josefo), o total descia para 22; em outra (conhecida por Jeronimo), subia para 27. Não se sabe a origem da organização dos livros na Bíblia hebraica, porém acredita-se que a divisão em três partes, possa indicar as três etapas nas quais os livros receberam reconhecimento canônico, mas não ha evidencias sobre esse fato. Na Septuaginta, os livros estão dispostos de acordo com a similaridade de assuntos. O Pentateuco e seguido pelos livros históricos, que são sucedidos pelos livros poéticos e sapienciais, vindo por último os livros proféticos. E essa ordem que, em suas características essenciais, foi perpetuada (através da Vulgata) na maioria das distribuições cristãs da Bíblia. Em certos aspectos, essa sequencia é mais coerente com a ordem cronológica dos conteúdos da narrativa bíblica. Rute, por exemplo, aparece imediatamente depois de Juízes (visto que relata fatos ocorridos "nos dias em que os juízes atuavam"), e o trabalho do cronista aparece na sequência - Crônicas, Esdras, Neemias. A divisão em três partes da Bíblia hebraica esta refletida na redação de Lucas 24:44 ("na Lei de Moises, e nos Profetas, e nos Salmos"). Mais comum ente, o Novo Testamento refere-se a "Lei e os Profetas" (vide Mateus 7:12) ou a "Moises e os Profetas" (Leia Lucas 16:29).

Os registros do Antigo Testamento foram revelados divinamente de duas maneiras principais — por obras poderosas e por palavras proféticas. Esses dois modos de revelação estão ligados indissoluvelmente entre si. Os atos de misericórdia e julgamento, pelos quais o Deus de Israel se fez conhecido ao povo do seu aliança, não teriam transmitido sua mensagem apropriada se não tivessem sido interpretadas pelos profetas — os "porta-vozes" de Deus, que receberam e comunicaram sua Palavra. Por exemplo, os acontecimentos do Êxodo não teriam adquirido seu permanente significado para os israelitas se Moises não lhes tivesse dito que, por meio desses acontecimentos, o Deus de seus pais estava agindo para liberta-los, de acordo com suas antigas promessas, de modo que eles podiam ser o seu povo e Ele, o seu Deus. Por outro lado, as palavras de Moises teriam sido infrutíferas se não estivessem associadas a vindicação do povo nos acontecimentos do Êxodo. Igualmente, podemos comparar a atuação de Samuel na época da que os filisteus ameaçou o povo de Deus, no tempo dos grandes profetas do Oitavo Século a.C., quando a Assíria vencia espetacularmente tudo o que havia pela frente, aos dias de Jeremias e Ezequiel, quando o reino de Judá deixou de existir, e assim por diante. Essa interação de obras poderosas e palavras proféticas no Antigo Testamento explicam por que a historia e as profecias estão tão interligadas uma com a outra ao longo de todas as suas paginas. Não ha o que duvidar que foi alguma percepção a esse respeito que levou os judeus a incluírem os principais livros históricos entre os Profetas. Mas, de fato, não apenas os escritos do Antigo Testamento registram essa dupla revelação progressiva de Deus, como também registram ao mesmo tempo a resposta dos homens a revelação de Deus — uma resposta as vezes obediente, mas na grande maioria das vezes desobediente. Com relação ao seu lugar na Bíblia crista, o Antigo Testamento, em essência, é introdutório: Deus transmitiu as suas instruções através dos profetas, que por sua vez teve o seu cumprimento na vida e obra do seu Filho (Hebreus 2:1,2). Não obstante, nos primeiríssimos dias do Cristianismo, o Antigo Testamento era a Bíblia que os apóstolos e outros pregadores do Evangelho levavam consigo quando saiam para proclamar Jesus como o Messias, o Senhor e Salvador divinamente enviado. Em suas páginas encontramos um testemunho claro sobre Jesus (João 5:39) e a descrição da salvação mediante a fé nele (Romanos 3:21; 2 Timóteo 3:15). Os primeiros Cristãos ao usar o Antigo Testamento, imitavam o exemplo do próprio Jesus, que o fazia de modo excepcional. E, desde então, a Igreja sempre tem obtido sucesso, quando segue o precedente estabelecido por Ele e seus apóstolos e reconhece o Antigo Testamento como uma Sagrada Escritura Crista.




# O Novo Testamento ou Escrituras Gregas

O Novo Testamento está para o Antigo Testamento na mesma harmonia que o cumprimento está para a promessa. Se o Antigo Testamento registra o que Deus falou no passado aos nossos pais pelos profetas, o Novo Testamento registra a o cumprimento de sua palavra, por meio de seu Filho, em quem todas as mais antigas profecias/revelações foram resumidas, confirmadas e transcendidas. As revelações/profecias do Antigo Testamento culminam na obra redentora de Cristo. As palavras dos profetas do Antigo Testamento recebem seu pleno cumprimento nele. Mas Ele não é apenas a coroa da revelação de Deus aos homens; e também a resposta perfeita do homem a Deus — o apostolo e sumo sacerdote da nossa confissão (Hebreus 3:1). Se o Antigo Testamento registra o testemunho prefigurado dos dias de Jesus, o Novo Testamento é o testemunho daqueles vivenciaram e ouviram-no em carne e sangue, e que vieram a conhecer e proclamaram com maior profundidade o significado da sua vinda, pelo poder do seu Espirito, após a sua ressureição.

Nos últimos 1.600 anos, o Novo Testamento tem sido aceito pela grande maioria dos cristãos como tendo 27 livros, dispostos naturalmente em quatro divisões: (1) os quatro evangelhos, (2) os Atos dos Apóstolos, (3) as 21 cartas escritas pelos apóstolos e (4) o Apocalipse. Essa ordem não é apenas logica, mas quase cronológica, a medida que se leva em conta os assuntos expostos nos documentos. Contudo, não há uma correspondência com a ordem com que foram escritos. Os primeiros documentos do Novo Testamento a serem escritos foram as primeiras cartas de Paulo. Estas (junto, possivelmente, com a carta de Tiago) foram compostas entre os ais 48 e 60 d.C., antes mesmo que os Evangelhos fossem escritos. Os quatro evangelhos foram confeccionados por volta das décadas de 60 e 100 d.C., e é também a esse período que se atribui todos (ou quase todos) os outros escritos do Novo Testamento. Enquanto a composição dos livros do Antigo Testamento se estendeu por um período de mil anos ou mais, os livros do Novo Testamento foram escritos em menos de um século.

Os escritos do Novo Testamento não foram agrupados de início da forma que nós conhecemos. A princípio, cada um dos evangelhos teve uma existência local e independente nas respectivas igrejas para as quais originalmente cada um foi composta. Entretanto, pelo inicio do segundo século, foram reunidas e começaram a circular entre as diversas igrejas locais. Anteriormente os livros de Atos dos Apóstolos e Lucas, compunham um único volume, porém eles foram desmembrados, e o livro de Atos teve assim o início de uma carreira solo, mas não desprovida de sua própria importância. As Cartas de Paulo foram primeiramente preservadas pelas igrejas ou indivíduos aos quais foram enviadas. Mas há evidencias que, pelo fim do primeiro século, as cartas Paulinas começaram a ser reunidas, formando um compêndio paulino, o qual rapidamente passou a circular entre as igrejas — primeiro, como um compêndio mais curto composto de dez Cartas e, logo a seguir, um maior, compreendendo 13 Cartas, aumentado pela inclusão das três Cartas pastorais. Dentro do compêndio paulino, as Cartas parecem ter sido organizadas não em sua sequencia cronológica, mas na ordem decrescente em termos de tamanho. Esse principio ainda hoje pode ser reconhecido na ordem encontrada na maioria das edições do Novo Testamento: as Cartas as igrejas vem antes das Cartas pessoais, e dentro destas duas subdivisões estão arranjadas de maneira que as mais longas vem por primeiro e as mais curtas por ultimo (a única exceção a esse esquema e Gálatas, que vem antes de Efésios, embora Efésios seja a epistola ligeiramente mais longa entre as duas). Com a reunião dos evangelhos e o corpus paulino, e servindo Atos como elo de ligação entre os dois, temos o inicio do cânon do Novo Testamento como hoje o conhecemos. A Igreja Primitiva, que herdou a Bíblia hebraica (ou a versão grega da Septuaginta) como Escrituras Sagradas, não tardou em colocar os novos escritos evangélicos e apostólicos ao lado da Lei e dos Profetas e usa-los para a propagação e defesa do Evangelho e no culto cristão. Foi natural, quando o Cristianismo se espalhou entre os povos que não falavam o grego, a tradução do Novo Testamento essas novas línguas, em benefício dos novos convertidos. Por volta de 200 d.C., já havia versões latinas e siríacas do Novo Testamento e, no século que se seguiu, existia uma versão cóptica.

# Qual é a Mensagem bíblica?


A Bíblia tem desempenhado, e continua a desempenhar, uma função extraordinária na historia da civilização. Muitas línguas foram postas pela primeira vez na forma escrita para que a Bíblia, no todo ou em parte, pudesse ser traduzida para essas línguas. E isso não é senão uma pequena amostra da missão civilizadora da Bíblia no mundo. Essa missão civilizadora e o efeito direto da mensagem central da Bíblia. Pode parecer surpreendente que se fale em uma mensagem central numa coleção de escritos que reflete a historia da civilização no Oriente Próximo ao longo de alguns milênios. Mas ha uma mensagem central, e é o reconhecimento desse fato que tem levado a Bíblia a ser tratada comumente como um livro, e não como uma coleção de livros. A mensagem central da Bíblia é a historia da salvação e, ao longo de ambos os Testamentos, podem ser distinguidos três elementos comuns nessa historia reveladora: aquele que traz a salvação, o meio de salvação e os herdeiros da salvação. Isso poderia ser reformulado sob o aspecto da ideia da aliança, dizendo que a mensagem central da Bíblia e a aliança de Deus com os homens e que os elementos comuns são: o Mediador da aliança, a base da aliança e o povo da aliança. Deus é o Salvador de Seu povo; Jesus é o mediador da salvação; e nós somos os herdeiros dessa salvação – o Israel de Deus a Igreja de Deus. Muitos leitores tem a ideia que a Igreja (ekklesia) é algo exclusivo do Novo Testamento, porém encontramos na Septuaginta a mesma palavra (ekklesia) para indicar Israel como a "congregação" do povo do Senhor. Certamente ha um novo e mais profundo significado no Novo Testamento. O povo da antiga aliança teve de morrer com Ele, a fim de ser ressuscitado com Ele para uma nova vida — uma nova vida na qual as restrições nacionais haviam desaparecido. Jesus fornece em si mesmo a continuidade vital entre o antigo e o novo Israel, e seus seguidores fieis são não apenas o remanescente justo do antigo Israel, mas também o núcleo do novo. O Servo do Senhor e seus servos unem os dois Testamentos num só. A mensagem da Bíblia é a mensagem de Deus para o homem, comunicada "muitas vezes e de muitas maneiras" (Hebreus 1:1) é finalmente encarnada em Jesus. Por conseguinte, "a autoridade da Santa Escritura, a qual deve ser crida e obedecida, não depende do testemunho de algum homem ou igreja, mas inteiramente de Deus (que e a própria verdade), e seu autor; e, portanto, deve ser recebida, porque e a Palavra de Deus".


Irmãos desejo que:

"Que o Amor de Deus, a Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a consolação do Espírito Santo sejam com o povo de Deus hoje e sempre. Amém"


Por LR

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