25 de mai. de 2017

Apesar das adversidades - Confiemos no autor e consumador de nossa fé.



Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus. - Filipenses 1:6

Quem não tem medo? Quem não sente insegurança antes as adversidades que constantemente assolam a humanidade, e principalmente nós Cristãos? Ao ligar a TV ou passar as páginas dos jornais e revistas (físicas ou eletrônicos) vemos um aumento visível de ataques contra tudo aquilo que prezamos - ordem, justiça, honestidade, mansidão, amor e zelo por tudo que é proveniente de nosso Senhor Deus. Parece que o mundo está aglomerado em um barril de pólvora pronto a explodir e dizimar tudo o que conhecemos e prezamos.

Olhando para a situação atual penso nos irmãos que sofreram terrivelmente nas mãos do império romano nos primeiros séculos da igreja. A história secular e eclesiástica nos relatam as atrocidades cometidas contra a recente comunidade cristã que via-se assolada e esmagadas ante os seus algozes, porém em meio a essas perseguições conseguiram suportar os ultrajes, saques, espancamentos e martírios, com o coração focados em uma certeza de que "aquele que começou boa obra neles haveria de completá-la até ao Dia de Cristo Jesus".

O apóstolo Paulo em sua segunda carta aos Coríntios, apresentou uma série de acontecimentos que segundo ele, gabaritava-o como sendo um verdadeiro apóstolo de nosso Senhor, ele começa a relatar:

São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São da descendência de Abraão? Também eu. São ministros de Cristo? (Falo como fora de mim.) Eu ainda mais: em trabalhos, muito mais; muito mais em prisões; em açoites, sem medida; em perigos de morte, muitas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena de açoites menos um; fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei na voragem do mar; em jornadas, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; em trabalhos e fadigas, em vigílias, muitas vezes; em fome e sede, em jejuns, muitas vezes; em frio e nudez. Além das coisas exteriores, há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame? Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. 2 Coríntios 11:22-30

A igreja Coríntia estava passando por sérios problemas doutrinários, morais e facciosos que criavam um clima de instabilidade dentro a sociedade cristã, chegando ao ponto de desprezarem ou tratarem de modo depreciativo as palavras do apóstolo Paulo, que em suas próprias palavras nos diz:

As cartas, com efeito, dizem, são graves e fortes; mas a presença pessoal dele é fraca, e a palavra, desprezível. - 2 Coríntios 10:10

Lamentavelmente começou a insurgir dentro da igreja um movimento que começou a dar ouvidos a certos pregadores itinerantes que traziam consigo “supostas” cartas de recomendação advinda das congregações da Judéia, e começaram a introduzir doutrinas contrárias ao evangelho pregado pelo o apóstolo Paulo como ele expressa:

Mas receio que, assim como a serpente enganou a Eva com a sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a Cristo. Se, na verdade, vindo alguém, prega outro Jesus que não temos pregado, ou se aceitais espírito diferente que não tendes recebido, ou evangelho diferente que não tendes abraçado, a esse, de boa mente, o tolerais. - 2 Coríntios 11:3,4  

Esses pregadores estavam apresentando um evangelho deturpado, um evangelho que não apresentava a Graça de Deus, mas um retorno as práticas judaizantes que o próprio apóstolo duramente condenou em suas epístolas, chegando a chamar de maldito (anátema) todo aquele que viesse a pregar algo diferente do que foi apresentado pelos os apóstolos (vide Gálatas 1:6). Essas práticas incluíam a volta para os costumes e práticas judaicas (como a guarda do sábado, a circuncisão, e a participação das festividades), fazendo-os desviar do real sentido dessas figuras da Antiga Aliança que era prefigurar a vinda, obra e sacrifício do Messias o Senhor Jesus Cristo.

Diante desse cenário, o apóstolo Paulo começa a apresentar a sua confiança em seu apostolado, frente a esses “superfinos apóstolos” como ele próprio denomina. Ele começa a demostrar que semelhantemente aos superfinos apóstolos ele também era oriundo da Judéia, como ele deixa bem claro: São hebreus? Também eu. São israelitas? Também eu. São da descendência de Abraão? Também eu. Ou seja, no quesito genealógico, Paulo não tinha nada de inferior a aqueles pregadores, pois ele era hebreu, israelita, descendente de Abraão, da tribo de Benjamim, circuncidado ao 8º dia, quanto aos rigores da Lei, Fariseu, discípulo do grande professor e mestre Gamaliel. Entretanto existia uma diferença clara entre o apóstolo e esses autoproclamados apóstolos – as marcas de Cristo. O Apóstolo Paulo nos descreve o que ele passou na carne por causa do Evangelho - trabalhos, prisões, açoites, perigos de morte, fustigação com varas, apedrejamento, naufrágio, jornadas, perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos entre patrícios, em perigos entre gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos, vigílias, fome, sede, frio e nudez. Esses “sofrimentos” se assim podemos chamar, atestavam o desprendimento do apóstolo para com as coisas materiais e demonstravam sua total entrega aos assuntos relacionados ao Reino de Deus; o apóstolo não queria ser honrado ou respeitado por causa do seu título de APÓSTOLO, pelo o contrário, o fato de ele ser um APÓSTOLO, o movia a ser um desbravador em prol do reino, não em busca de benefícios financeiros ou status dentro da igreja, como faziam o falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, sendo comparados com o próprio satanás. Esses apenas visavam os seus próprios interesses, não os de Cristo. Em contrapartida vemos o trabalho de Paulo que nos diz:

Além das coisas exteriores (todos os flagelos que ele suportou), há o que pesa sobre mim diariamente, a preocupação com todas as igrejas. Quem enfraquece, que também eu não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me inflame? Se tenho de gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. (versos 28-30)

O real selo do apostolado não era o de ser chamado apóstolo, mas o de viver de acordo com o seu chamado – o chamado de ser anunciador das boas novas as congregações de nosso Senhor. Paulo tinha uma íntima relação com as igrejas, e quando deparado com falsos apóstolos, com os lobos que tentavam afastar a igreja dos caminhos do Senhor ele se escandalizava, se inflamava pois não era o nome dele que eles estavam manchando, mas o do Senhor Jesus Cristo.

Paulo não se considerava um superapóstolo, pelo o contrário ele tinha uma total convicção de suas limitações de fraquezas. Ele tinha um espinho na carne, ele provavelmente tinha sequelas das chibatas, açoites, espancamento e apedrejamentos que sofreu, entretanto a sua força estava no seu Deus e Senhor. É aqui que voltamos ao início de nosso texto. Paulo tinha medo? Claro! Será que ele se sentia inseguro, abatido, sozinho? Com certeza! Porém ele tinha a convicção que independentemente dos acontecimentos globais ou particulares, o seu Deus estava no controle de tudo. Como o texto base de nossa explanação deixa explicito, Paulo reconhecia que o seu chamado, conversão, arrependimento e trabalho foi obra de Deus, pois foi ele começou a boa em seu coração transformando-o de Paulo o perseguidor e assassino de cristãos, em Paulo o perseguido por causa do evangelho, e se Deus iniciou o trabalho ele havia de completar pois como diz as escrituras:

Se Deus é por nós, quem será contra nós? – Romanos 8:31
Agindo EU (Deus), quem o impedirá? – Isaías 43:13

Assim amados irmão tenhamos em mente as palavras do Apóstolo João a carta de Esmirna:

Ao anjo da igreja em Esmirna escreve: Estas coisas diz o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver: Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a si mesmos se declaram judeus e não são, sendo, antes, sinagoga de Satanás. Não temas as coisas que tens de sofrer. Eis que o diabo está para lançar em prisão alguns dentre vós, para serdes postos à prova, e tereis tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas: O vencedor de nenhum modo sofrerá dano da segunda morte. – Apocalipse 2:8-11

O senhor conhece a nossa tribulação e as nossas dificuldades, e conhece os nossos medos e temores, sabe os ardis que os nossos inimigos e principalmente os inimigos do evangelho armam para nos derrubar e desanimar, conhece aqueles que fazem parte da sinagoga de satanás, que se acham crentes, que se acham justos (como os superfinos apóstolos), mas que na verdade estão apenas servindo aos interesses de Belial. Porém devemos ter em mente as palavras de nosso Senhor aquela igreja: “Conheço a tua tribulação, a tua pobreza (mas tu és rico) e a blasfêmia dos que a sí mesmos se declaram judeus e não são”. Nos nossos momentos de sofrimento muitas vezes nos prendemos as dificuldades, que nos esquecemos de olhar para a solução dos nossos problemas – Deus. O próprio Deus nos diz que conhece as nossas tribulações, nossas dificuldades, as injúrias que sofremos por sermos fiéis ao seu Nome, mas o nosso senhor nos dá um grande encorajamento quando diz, “Não temas as coisas que tens de sofrer”, em outras palavras, confie em mim, que cumprirei a minha palavra, as minhas promessas, pois sou aquele que comecei a boa obra em sua vida e ei de termina-la.

Irmãos muitas vezes depositamos as nossas confianças em governos, no dinheiro em nossa instrução e nos esquecemos de confiar em Deus, muitas vezes o nosso Senhor permite que passemos por dificuldades, aflições ou perdas para que nos aproximemos mais e mais dele, ao ponto de criarmos as cicatrizes do Evangelho, pois devemos depender de nosso Deus, da mesma forma que nós dependemos do ar para vivermos. Deus é a nossa confiança, nossa força e nosso ajudador, ele sempre estará ao nosso lado, como um pai que guia um filho em um terreno acidentado, Deus nos guia nesse mundo atribulado, e nos garante que todos os que se deixam guiar terão a recompensa de receber a cora da Vida, pois é Ele que é o autor e consumador de nossa fé - Hebreus 12:2

Graça e Paz
Leandro Rocha