Embora
o termo discípulo ocorra centenas de vezes nos evangelhos, o nosso senhor Jesus
apenas o mencionou “nove vezes”. Ao analisarmos o ditado – O discípulo não está
acima do seu mestre – é muito importante compreender a maneira como Jesus
encarava o modo de ser seu discípulo.
"O discípulo não está acima do mestre, nem o
servo acima do seu senhor e nem o enviado acima de quem o enviou". Ao fazer essa
expressão Jesus deixou um modelo de uma lei geral sobre como ser e fazer
discípulos. Esse provérbio foi usado por Jesus em pelo menos quatro situações
distintas que deixam transparecer três leis para o discípulo: 1. A lei da
limitação; 2. A lei da imitação: 3. A lei da participação.
A
apresentação desse provérbio é encontrada de três maneiras equivalentes: (a)
"O discípulo não está acima do seu mestre", (b) "O servo não é
maior do que seu senhor"; (c)"... nem o enviado maior do que aquele
que o enviou ". As metáforas mudam, mas a mensagem dos provérbios é sempre
a mesma.
# A LEI DA
LIMITAÇÃO: O MESTRE É O LIMITE
"O
discípulo não está acima do mestre: todo aquele, porém, que for bem instruído
será como seu mestre" (Lucas 6.40). Quando Jesus pronunciou essas palavras
ele fez uma alusão/indicação sobre a limitação do aluno em relação ao seu
professor. O máximo que um discípulo conseguirá, depois de aprender tudo, é ser
igual ao seu mestre. Este princípio não vale para a maioria das áreas da vida,
mas lembre-se que Jesus estava se referindo a nossa vida espiritual, não a
secular.
Jesus
ilustrou este princípio com a parábola do cego que guia outro cego: "Pode
porventura um cego guiar outro cego? Não cairão ambos no barranco?" (Lucas
6.39). Se o mestre for "cego", seus alunos não serão melhores do que
ele; o fim de todos, mestre e alunos, será um "barranco" da vida.
Outra
ilustração para o mesmo princípio é a do homem que quer ajudar seu irmão a
tirar um cisco do olho, enquanto ele mesmo tem em seu próprio olho uma
"tábua" inteira! Vemos aí uma grande hipocrisia/falsidade - como se
pode oferecer auxílio quando na realidade, não se tem condições de dar (Lucas
6.41-42).
No
fim de tudo, devemos lembrar que a árvore só pode dar o que tem, ou seja, o
mestre só pode transmitir aquilo que ele é. A árvore boa dá bons frutos: a
árvore má dá frutos maus. O ensino do mestre vai revelar o seu coração. Um
homem não pode tirar o bem do coração mau (Lucas 6.43-45). Vamos lembrar então
que Jesus nos adverte: "O discípulo não está acima do mestre." O
Mestre é o limite do desenvolvimento do discípulo.
# A LEI DA
IMITAÇÃO: O MESTRE É O EXEMPLO
"Porque
eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também. Em verdade,
em verdade vos digo que o servo não é maior do que o seu senhor, nem o enviado
maior cio que aquele que o enviou. Ora, se sabeis estas coisas, bem-aventurados
sois se as praticardes" (João 13.15-17). O princípio da imitação foi
enunciado em um momento crucial da vida dos discípulos. Eles estavam recusando
a tarefa de lavar os pés uns dos outros antes da refeição. Ninguém queria
"rebaixar-se" para servir os outros. Jesus levanta-se então da mesa,
tirou a roupa de cima e passou a lavar os pés dos discípulos. Depois perguntou:
"Compreendeis o que vos fiz?" A lição era óbvia, Jesus enunciou-a com
mais clareza ainda quando explicou: "Se eu, sendo o Senhor e o Mestre, vos
lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns dos outros"(João 13.14).
Os discípulos precisam imitar o Mestre.
O
objetivo do discípulo é ser como seu mestre (Mateus 10.24-25; Lucas 6.40). Devemos
estar dispostos para realizar qualquer tarefa que o Mestre faria. Vamos imitar
nosso Mestre, pois o discípulo não está acima do mestre.
# A LEI DA
PARTICIPAÇÃO: O MESTRE É A CONSEQÜÊNCIA
"Lembrai-vos
da palavra que eu vos disse: não é o servo maior do que seu senhor: Se me
perseguiram a mim, também perseguirão a vós outros; se guardaram a minha
palavra, também guardarão a vossa" (João 15.20). Advertência e privilégio.
O discípulo participa da vida e obra do mestre. Na verdade, o discípulo é o
continuador da obra do mestre, de modo que ele também recebe a mesma resposta
que o mestre recebeu: ódio e perseguição dos que odiaram e perseguiram o
mestre; e fraternidade e aceitação daqueles que também vão tornar-se discípulos
do mestre através deles.
Esta
é a lei da participação. O discípulo de Cristo participa daquelas mesmas coisas
que Cristo participou. Coisas boas e coisas desagradáveis. É um engano pensar
que seremos melhores ou mais bem-sucedidos que nosso Mestre. Jesus é o exemplo
e o limite. Dele não podemos passar. A consequência de ser discípulo é ser
tratado como trataram nosso Mestre.
"O
discípulo não está acima do seu mestre, nem o servo, acima do seu senhor: Basta
ao discípulo ser como o seu mestre, e ao servo, como o seu senhor: Se chamaram
Belzebu ao dono da casa, quanto mais aos seus domésticos" (Mateus
10.24-25). O discípulo recebe as consequências da vida do mestre. Logo depois
disto, o texto diz, três vezes: "Portanto, não os temais" (Mateus
10.26,28,31). Não devemos temer, mas ficar alegres por ser "co-participantes
dos sofrimentos de Cristo, para que também na revelação da sua glória vos
alegreis exultando" (1 Pedro 4.13). A maior glória do discípulo é ser
identificado com o seu mestre. Vamos ser tratados como trataram nosso mestre;
este é o nosso papel, pois o discípulo não está acima do mestre.
Com
base nas expressões de Jesus, podemos extrair algumas conclusões:
1°.
Devemos escolher bem o nosso mestre. Jesus proibiu-nos de aceitar um ser humano
como nosso mestre, já que este lugar pertence somente a Ele (Mateus 23:8). Os
mestres humanos devido a sua imperfeição, limitam e atrofiam o cristão
impedindo que ele cresça até a estatura de Cristo (Efésios 4:13). "Maldito
o homem que confia no homem... Bendito o homem que confia no SENHOR..."
(Jeremias 17.5-8). Todo ser humano é meio cego, ou tem uma trave no olho, logo
não serve de modelo para nós. O único modelo perfeito é o Senhor Jesus Cristo.
Se o nosso limite for Jesus, não haverá limites para o crescimento espiritual.
2°.
Imitemos a Jesus. A razão de sermos discípulos de Jesus é aprender dele, e imitá-lo.
Desta forma, não há tarefa nenhuma que Jesus tenha feito que nós não queiramos
fazer. Jesus nos deixou o exemplo (1 Pedro 2:21; João 13:15). A vida de Jesus
não é somente história: é um manual de instruções; não é somente a vida dele,
mas deve ser também a nossa.
3°.
Participemos da missão de Jesus. Perseguição no meio de pregação foi a marca do
ministério de Jesus e dos primeiros discípulos. Também deve ser a nossa marca.
Não se trata de buscar uma "oposição gratuita", mas, sendo como o
Mestre, seremos perseguidos (2 Timóteo 3:12).
Jesus
deixou pessoas capacitadas e habilitadas para instruírem os seus “discípulos”,
esses atuam como pastores, presbíteros, bispos entre outras, porém temos que
ter em mente, que esses homens são instrumentos da parte de Deus para nos
mostrar o caminho que nos leva a sua presença. Jesus é o nosso mestre, e o
nosso objetivo junto com “toda a igreja” e nos aproximar intimamente dele,
absorvendo todo o conhecimento, amor, louvor, sabedoria e experiência dos
membros mais antigos e dessa forma podermos nos igualar ao nosso grandioso
Instrutor e estre Jesus.
"Que
o Amor de Deus, a Paz de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo e a consolação do
Espírito Santo sejam com o povo de Deus hoje e sempre. Amém"
Por L.R
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